Li
esses dias um texto muitíssimo inspirado de uma amiga blogueira e chef
de cozinha preferida (não que eu tenha muitos chefs de cozinha no meu círculo
de pessoas, mas se eu tivesse ainda acho que essa amiga seria a preferida)...
Ela
contava de seu “fenômeno pessoal”, no qual o quarto ficava exatamente da mesma
forma entre as sextas-feiras e finais de domingo: planos e propostas diversos
empoeirando na escrivaninha, livros em uso ou fazendo pilhas no canto do
quarto, textos aguardando o momento de serem lidos, objetos pessoais e de
profissão...
Me
identifiquei logo aí.
Olhei
para o meu final de domingo e vi algumas roupas emboladas no guarda-roupa que
fui acumulando durante a semana. Porta-incenso em cima da TV, 1 ou 2 esmaltes
em cima da mesa prontos pra uso e as unhas em branco (talvez eu resolva
pintá-las na terça), e programações do canal de filmes aberto daquela semana
anotadas num bloquinho ao lado do computador - óbvio que não assisti a nenhum
dos que anotei e me propus a ver...
Somei
a isso à vida de solteira longe da casa dos pais que me agrega à lista comida
pra fazer, faxina semanal do banheiro à porta da sala e trouxinhas de roupa pra
jogar no tanque enquanto a máquina de lavar não chega.
Aliás,
mais uma coisa pra colocar na lista de coisas a fazer: comprar uma máquina de
lavar! Mesmo se eu preferiria comprar um pufe colorido ou um vídeo-game;
comprar uma máquina de lavar!
Parei
pra pensar também, de um jeito mais atemporal, que além disso ainda tenho
pastas cheias de artigos e contos e crônicas excelentes que nunca vou ler. Mais
alguns anos de textos escritos pela metade que prometi terminar/mostrar qualquer
dia desses e um mundo de projetos em status eterno de "em
andamento"... Todos pessoais; os profissionais acompanham o fluxo do
mercado e a necessidade de mais ou menos recursos pra bancar contas e sonhos, o
que inclui os da padaria com recheio de goiabada...
(sim,
piada horrorosa, eu sei, mas os sonhos são ótimos!)
O
texto da minha amiga também fala desses projetos mal abandonados e do momento
de olhar pra todas essas coisas e revisar, reorganizar e não desistir delas. Um
pensamento interessante pra ser lido num começo de semana, já que todos os
planinhos, dietas e retomadas de qualquer coisa acontecem após a bagunça do
final de domingo.
E
porque vez ou outra a gente precisa de alguém pra lembrar que é importante
retomar certas coisas, apagar outras, virar uma pessoa melhor, mais divertida e
encarar Murphy com humor mais elevado e menos crise.
Ah,
e uma trilha sonora que acompanhe e dê sentido a isso tudo. Porque ter música também
é preciso.