quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dois corpos ocupam o mesmo lugar no espaço


Sim. O título é esse mesmo. E não, não pretendo de forma alguma contestar as leis da Física; longe de mim! Até porque eu nem entendo de Física mesmo...

Pois bem, era uma vez eu universitária, e era uma vez o meio de condução que eu usava pra chegar até o meu campus, e era uma vez Murphy que com certeza deve ser o dono da empresa de transporte público até hoje!

Mesmo depois de terminar a faculdade, eu ainda pego esse mesmo ônibus, e trocentos estudantes por dia se locomovem por ele, e talvez até você já tenha se locomovido por ele! Todo bat-dia, no mesmo bat-ponto. Só não com o mesmo bat-preço, que é sempre uma surpresa! Você nunca tá pronto (nem avisado) pro dia em que a passagem vai aumentar só mais um pouquinho em prol de sabe-se lá Deus o quê.

Aliás, eis outra coisa que me intrigava na época e ainda não descobri: como é que pode, aumentar o preço da passagem e reduzir a frota? E mais, por que só o “busão” que eu precisava não tinha van com catraca e nem passava dia de domingo? As outras vans eram Transporte Alternativo, mas a que eu andava era Transporte Seletivo! E mais ainda, de quem é a culpa disso tudo pra eu poder reclamar direito? Minha? Sua? Do buraco do metrô? Do prefeito, talvez? Não sei, não votei nele mesmo...

Mas voltemos ao ponto central do assunto, este fenômeno tão fantástico do qual muita gente faz parte todas as manhãs de segunda a sexta-feira (e às vezes aos sábados também), popularmente conhecido como efeito “lata de sardinha”. Ele consiste em “acomodar” o maior número possível de pessoas, bolsas, mochilas, malas, pastas, fichários, celulares, Ipod’s, Iphones, notebooks, netbooks e o que mais você conseguir carregar no trajeto, num espaço não expansível e inelástico atrás da catraca.

A aventura já começa no ponto de ônibus. Porque ponto de ônibus por si só já é um lugar estranho (é o que eu acho). Quando a condução esperada apontar no começo da rua, acene com vontade e use o seu treinamento de ioga pra se infiltrar entre todas aquelas pessoas que sentem que você vai subir no mesmo ônibus que elas e fazem um esforço tremendo pra sair pisando em qualquer um que tentar entrar na frente.

Quando o ônibus finalmente parar (porque com frequência o Sr. Motorista - que a sua mãe passe bem - pode resolver passar direto por mais que você acene), suba. E caso consiga chegar até o cobrador antes de seu ponto de descida ficar pra trás, pague a passagem, e é bom que não precise de troco, o que vai evitar algumas dores de cabeça, acredite. E reze; mas com bastante fé e vontade pra que aquela população toda do seu lado, do outro, na frente, atrás e sobre a sua cabeça, desça pelo caminho, e de preferência antes de você. No começo assusta um pouco, mas logo você se acostuma. É lotado assim mesmo, e todo mundo vai realmente descer no mesmo lugar, e enfim, você acostuma.

Mas o que eu quero dizer com isso tudo é que... Bom, na verdade eu só queria mesmo compartilhar esses pensamentos todos... Será que deu pra convencer?

E no fim das contas reparei que cometi mesmo um erro no título. Mas corrijo agora: “Dois OU MAIS corpos podem SIM ocupar o mesmo lugar no espaço”. E é nessa hora que eu penso que deveria ficar milionária e só andar de táxi. Ou talvez seja a hora de comprar uma bicicleta...




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